domingo, 5 de setembro de 2010

China Fortalece Empresas Estatais para Alimentar o Crescimento

Introdução, por Pedro Fuentes

Apresentamos aos nossos leitores a tradução do artigo do New York Times de 30 de agosto de 2010, sobre a China. É o terceiro texto que traduzimos nos últimos meses. O autor defende a tese de que há um fortalecimento da economia estatal, ou seja, do capitalismo estatal chinês. Há duas semanas, o The Economist (um dos mais sérios meios de opinião da burguesia) apresentou um debate muito objetivo (e sem nenhum preconceito) sobre as vantagens que leva a China na recuperação da crise, graças ao controle estatal da economía, forma de gestão à qual também atribui alguns avanços tecnológicos próprios. Uma espécie de “verdadeiro keynesianismo”.

Estes dados objetivos fornecidos por porta vozes sérios da imprensa imperialista constituem elementos cruciais para a análise marxista da situação econômica e da geopolítica mundial nela implicada.

Uma grande parte da esquerda marxista mundial tende a ignorar o fenômeno chinês em suas análises. Outros setores, tradicionalmente oportunistas, falam das vantagens de uma suposta “economia mista” do socialismo com o mercado.

São erros opostos. Por um lado, não se pode ignorar a importância que tem e terá a China, no mínimo na próxima década. Issp seria esconder a cabeça como o avestruz diante do desenvolvimento capitalista da China, já convertida na 2ª potencia mundial, com fortes inversões da América Latina e África, possuidora das maiores reservas de capital do mundo e dos títulos de dívida estadunidense. Por outro lado, é preciso desmistificar a idéia de que há na China algum resquicio de socialismo ou de volta ao socialismo

O que há na China é uma combinaçãoou associação entre grandes empresas estrangeiras e o capitalismo de Estado chinês, representado por uma fortíssima burocracia estatal do Partido Comunista, que reúne em suas fileiras grandes proprietários diretamente burgueses e uma clase burocrática íntimamente ligada à exploração capitalista.

Nesta introdução não há espaço para desenvolver o papel desempenhado pela China na atual situação histórica. Queremos enfatizar alguns eixos polémicos para a esquerda marxista, e já prometer um texto futuro que os desenvolva.

1. Contra a opinião de que a China acabaría sendo uma semi-colônia dos países imperialistas e portanto seria arrastada rápidamente para a crise económica quando esta estourasse, a realidade está demonstrando que a capacidade da burocracia para conduzir o capitalismo é enorme.



2. Que graças a isso, a China hoje desempenha um papel fundamental para que a economia mundial não colapse com maior intensidade.



3. Que o desenvolvimento chinês fará com que a Ásia cumpra um papel fundamental na sustentação do capitalismo imperialista no próximo período (pelo menos na próxima década), como prognosticou o famoso teórico marxista Gunder Frank antes de morrer. E por isso não se trata de nenhum fenómeno progressivo.

4. Que para garantir seu desenvolvimento, a China necessita expandir suas inversões da mesma forma que o imperialismo, para poder contar com novos recursos naturais que assegurem seu crescimento. E este é o papel que cumprem suas inversões em países africanos, no México, Argentina, Brasil e outros países latino-americanos onde expandiu bruscamente sua presença com empresas e capitais chineses protagonizando grandes transações.

5.Que a política do capitalismo de Estado chinês definitivamente gerará novas e grandes contradições no interior da China e no resto do mundo.

O artigo original está em Introdução, por Pedro Fuentes

Apresentamos aos nossos leitores a tradução do artigo do New York Times de 30 de agosto de 2010, sobre a China. É o terceiro texto que traduzimos nos últimos meses. O autor defende a tese de que há um fortalecimento da economia estatal, ou seja, do capitalismo estatal chinês. Há duas semanas, o The Economist (um dos mais sérios meios de opinião da burguesia) apresentou um debate muito objetivo (e sem nenhum preconceito) sobre as vantagens que leva a China na recuperação da crise, graças ao controle estatal da economía, forma de gestão à qual também atribui alguns avanços tecnológicos próprios. Uma espécie de “verdadeiro keynesianismo”.

Estes dados objetivos fornecidos por porta vozes sérios da imprensa imperialista constituem elementos cruciais para a análise marxista da situação econômica e da geopolítica mundial nela implicada.

Uma grande parte da esquerda marxista mundial tende a ignorar o fenômeno chinês em suas análises. Outros setores, tradicionalmente oportunistas, falam das vantagens de uma suposta “economia mista” do socialismo com o mercado.

São erros opostos. Por um lado, não se pode ignorar a importância que tem e terá a China, no mínimo na próxima década. Issp seria esconder a cabeça como o avestruz diante do desenvolvimento capitalista da China, já convertida na 2ª potencia mundial, com fortes inversões da América Latina e África, possuidora das maiores reservas de capital do mundo e dos títulos de dívida estadunidense. Por outro lado, é preciso desmistificar a idéia de que há na China algum resquicio de socialismo ou de volta ao socialismo

O que há na China é uma combinaçãoou associação entre grandes empresas estrangeiras e o capitalismo de Estado chinês, representado por uma fortíssima burocracia estatal do Partido Comunista, que reúne em suas fileiras grandes proprietários diretamente burgueses e uma clase burocrática íntimamente ligada à exploração capitalista.

Nesta introdução não há espaço para desenvolver o papel desempenhado pela China na atual situação histórica. Queremos enfatizar alguns eixos polémicos para a esquerda marxista, e já prometer um texto futuro que os desenvolva.

1. Contra a opinião de que a China acabaría sendo uma semi-colônia dos países imperialistas e portanto seria arrastada rápidamente para a crise económica quando esta estourasse, a realidade está demonstrando que a capacidade da burocracia para conduzir o capitalismo é enorme.



2. Que graças a isso, a China hoje desempenha um papel fundamental para que a economia mundial não colapse com maior intensidade.



3. Que o desenvolvimento chinês fará com que a Ásia cumpra um papel fundamental na sustentação do capitalismo imperialista no próximo período (pelo menos na próxima década), como prognosticou o famoso teórico marxista Gunder Frank antes de morrer. E por isso não se trata de nenhum fenómeno progressivo.

4. Que para garantir seu desenvolvimento, a China necessita expandir suas inversões da mesma forma que o imperialismo, para poder contar com novos recursos naturais que assegurem seu crescimento. E este é o papel que cumprem suas inversões em países africanos, no México, Argentina, Brasil e outros países latino-americanos onde expandiu bruscamente sua presença com empresas e capitais chineses protagonizando grandes transações.

5.Que a política do capitalismo de Estado chinês definitivamente gerará novas e grandes contradições no interior da China e no resto do mundo.

O artigo original está em http://internacionalpsol.wordpress.com/2010/09/03/china-fortalece-empresas-estatais-para-alimentar-o-crescimento/